Thursday, December 20, 2012

O saldo do Fim do Mundo

Essa história de fim do mundo está mexendo comigo. Penso que associada à pré-eminente chegada dos 30 anos, que me ameaça todos os dias ainda mais do que a profecia Maia. Pelo menos, se o mundo acabar dia 21 de Dezembro de 2012 eu “acabo” com 29 anos. “Mas se, como já vivi antes, postergam mais uma vez essa data, aí eu vou rodar a baiana” do alto da minha crise de identidade dos 30, seja no céu ou lá aonde eu for parar. Comprometi-me a ler Balzac até antes do meu aniversário em fevereiro, se e somente se, é claro. Passarmos do 21.
           Voltando ao fim do mundo. Não tenho embasamento histórico ou “googleórico” sobre o assunto. Na verdade o tema é novo pra mim, o que sei veio por “Boca de Matildes” e curiosamente tem me dado bons momentos de reflexões e divertimento. Ninguém ta dando muita bola pra isso, mas e se realmente o mundo acabar?

PERSPECTIVA 1: Das coisas não feitas_
          Essa é a abordagem mais comum quando se fala disso.
          Quem não pára pra pensar, morre e fica por isso mesmo, o que não fez, não fez mesmo e “No Regrets”.Pra quem pensa é que complica. Começa o pensamento “Nossa! Tem tanta coisa que eu não fiz e gostaria de ter feito”. Tanta coisa ainda a ser feita... e daí sai aquela nuvenzinha da cabeça e você faz uma lista imaginária de todas essas ações, com espaço para aquelas visões fantasiosas de coisas que você provavelmente não realizaria nem até a formação de um novo mundo e o fim dele. Nesse caso a pessoa se vê riquíssima, dona de uma Ferrari – que no sonho foi paga à vista – magra, com olhos de uma cor diferente do que a genética poderia possivelmente lhe oferecer e provavelmente acompanhada por aquela criatura que você recebeu por e-mail numa foto de calendário e que com certeza não existe. É fruto do photoshop. Pode ser que seu glorioso devaneio seja interrompido pelo súbito pensamento, que confunde fim do mundo com a possibilidade de reencarnação não na próxima vida, mas na próxima existência, depois do nada e de mais 7 dias de criação. Enfim, você se  assusta com o “ e se eu voltar como peixe?” Por aí fica. Pode-se voltar a pensar nos não feitos ou enveredar pela consideração de bicho e plantas que você poderia ser, pra descobrir o menos ruim.

Ahh! Mais uma coisa. E isso é importante. Caso converse com alguém e esse alguém venha com um papo de que se todas as pessoas do novo mundo forem super heróis que poder você gostaria de ter na nova vida? IGNORE! Essa história sempre acaba em discussão e briga do porque meu poder seria melhor que o seu e você corre o risco de perder esse amigo antes mesmo do mundo acabar.

 PERSPECTIVA 2:  Dos pessimistas_
           Não quero falar desse tópico chato. Mas seria o povo que entra numas de dizer que tudo é ruim. Fala mal da vida, dos políticos,parentes, vizinhos seu fracasso pessoal, o mundo cruel e de tudo que o leva a crer que o bom é que tudo termine mesmo. Essa eu passo!

            Perspectiva 3: Das (boas) lembranças_
         Essa parte é fantástica. Desde que essa história maluca chegou até você, tudo o que você fez foi pensar e rememorar todas as coisas que você já fez. 85% serão boas lembranças, 10% más, porém marcantes e 5% dividir-se-ão entre coisas estranhas e curiosas, aquelas que te botam na cara um sorriso de canto de boca ou uma franzida de sobrancelha acompanhada daquele olhar longe de quem tá viajando e restam aquelas coisas que você não sabe nem porque se lembra delas, já que “não fedem nem cheiram”.
         Cada vez que pensa que não terá um dali pra frente, volta saudosista ao daqui pra trás. Memórias sinestésicas de cheiros e sabores que remetem à infância. De sensações que você teve talvez uma vez na vida e que só de lembrar é quase como se sentisse essa mesma coisa por dentro. Imagens congeladas no cérebro, que se abrem como um leque, despejando toda a história que aquela imagem reteu. Os atos proibidos e omitidos que tiveram aquele gostinho de “o melhor momento da minha vida” ainda que esses melhores momentos tenham sido tantos. A lembrança do cachorro, gato, bicinho de estimação, do primeiro beijo, da primeira transa, da melhor transa , que com certeza não foi a primeira. Você vai pensar na sua mãe. No quão gostoso é ter mãe. No seu pai, seus irmãos tão querido e insuportáveis, nos mimos de vô e vó. Do dia do seu casamento, do olhar do seu noivo/a quando te viu entrando na igreja, no nascimento de cada filho. Você vai se lembrar d seu melhor amigo e de como queria vê-lo antes do mundo acabar. Você vai lembrar-se da melhor viagem, do intercâmbio, das férias na casa dos primos no interior... Cada um com suas lembranças particulares vai esquecer do fim do mundo e conceder a si mesmo o privilégio de reviver esses momentos e essa é a melhor parte.

  PERSPECTIVA 4: Da loucura_
             A quarta perspectiva é a daqueles que não se privam da última chance. Diante dapossibilidade do deixar de existir, sabendo que tudo de bom que já foi vivido e do que ainda não foi, essa pessoa resolve “quebrar o pau!” Vai ter tudo o que não teve e sempre quis ter, ou mesmo o que nunca quis e resolveu querer agora, aproveitando a oportunidade. O detalhe é que vai ter ou fazer o que quizer, custe o que custar. Se endivida, estoura todos os cartões de créditos, bebe todas, experimenta drogas,resolve antigas pendências na base do “roupa suja se lava em qualquer lugar porque tenho pressa de andar limpo”. Comete todos os erros”cabíveis” no espaço de tempo entre o surto e o fim dos tempos. Vai realizar fantasias sexuais, ficar com ex amores, comer todas as comidas favoritas, pode ser que vá bater em alguém, beijar alguém e quiçá, matar alguém. Em outros casos, nos de extremo desespero até suicídios ocorrerão, para os pressados, que não conseguem nem esperar pelos outros. Impulsividade é a palavra de ordem, para o imaginável e o inimaginável.

Independente da perspectiva e ou de qual seja a estratégia pessoal a profetização do fim mundo é sensacional! Um campo de centeio, infinito ao alcançe da vista, encantador e ao mesmo tempo misteriosamente desafiador.
            O tempo é curto,as expectativas, desejos e medos são muitos.
           Depois de ter passado por alguns fins do mundo que não se consumaram, essa foi a primeira vez que isso me impactou. Com a proximidade do dia 21 penso: E se dessa vez for verdade? E se o mundo realmente acabar? Todas a s perspectivas listadas me vêm como um flash. Confusas, misturadas, mas ainnda assim minha fé na imortalidade do mundo é maior e isso me conforta. Disso tudo, independentemente da bola da vez dos Maias, a possibilidade de fim do meu mundo ou do mundinho de cada um é constante. O meu mundo, a minha vida poderiam acabar antes mesmo que eu tivesse a chance de terminar esse looongo texto. E o que eu fiz da minha vida? Ih! Muitas coisas. O que abraça a perspectiva 3. Mas como ando tratando as outras perspectivas? Se o mundo não acabar amanhã, penso que devemos tratar nossos assuntos com prioridade, mantendo pelo menos uma balança equilibrada de prós e contras, tentando sempre pesar para os prós. Talvez a questão seja pensar todos os dias que se o seu mundo acabar no próximo minuto o seu saldo de vida será positivo.

 

 

Friday, July 6, 2012

Lugar comum

A vontade de ser lateja dentro de mim
A busca jorra em minhas veias
Pulsa. Pulsa inquietude
Corre pro amanhã desejando o hoje cedo
Sim. É um querer pra anteontem
Pedigree construído: ser mutante, transgênico, mescla do visto.
Larva, lagarta, transformação.
Um chamado e uma febre, aldeia de informação.
O deslumbramento pelo desafio
Mago e algoz do futuro
Sou água. Água corrente em direção ao mar.

Monday, July 2, 2012

Das coisas dos outros

         Hoje tenho um post que na verdade não é meu. Mexendo em coisas antigas me deparei com uma revista Capricho de muuiiiitos anos atrás. Minha alma adolescente deu um empurrãozinho à curiosidade e dei uma folheada. No muito, encontrei: roupinhas fofas, produtinhos de beleza, velhas fofocas de famosos que hoje, talvez, nem tão famosos sejam mais e, na página 98, a última da revista encontrei o que me trouxe aqui. Um texto de Liliane Prata que se chama "Cadê o amor que estava aqui? Ninguém sabe, ninguém viu...". Ela começa falando de como o amor é complicado, de como chega sem avisar e o melhor de tudo, de como se vai com estranhas despedidas. Aqui cito a analogia fantástica que me fez querer postar isso:
" Para começar, o amor não costuma ir embora repentinamente. Se fosse convidado de uma festa, seria desses que dizem que está indo, mas voltam, despedem-se de novo das pessoas, engatam uma última conversa, voltam a se despedir...". Ok, isso não é sensacional? Você não reviu mentalmente essa cena de você ou daquele seu amigo mais saidinho ( aqui leia-se Joanna Angélica , para meus amigos que o sabem,rs.) fazendo isso numa festa? Ou melhor ainda, você reviu mentalmente o tal do bendito AMOR indo embora da sua festa dessa maneira? Mineiramente falando, numa exclamação super excitada: Nó, vi dimais da conta!!!!!!!!!
  Mais à frente em seu texto, Liliane volta ao caso da festa e fazendo referência à maneira confusa com que muitas vezes o amor se vai e como em outras vezes acabamos confundindo suas despedidas com outras coisas, ela diz: "De tanta gente em volta da porta de saída, não conseguimos ver se é ou não é o amor que está tentando ir embora da festa " e depois arremata: " ...mas eu não me arrisco a especular. Porque o amor, quando se despede, tem dessas coisas: às vezes resolve voltar e ficar de vez. Vai saber.".
 Me desculpem se o impacto não foi o mesmo, mas eu adorei! Achei sensacional e resolvi compartilhar.
        Outra coisa, hoje estou mestra em apropriar-me de coisas alheias, rs. No site Universia, ví uma lista de 18 livros clássicos que você precisa ler antes de morrer. Tá bom, não é que sejam só esses, ou que devamos agora litigar em torno disso. Sugestões meus caros, sugestões. Então! Eu fiz um check list nos que já lí, empenhar-me-ei em ler os listados não lidos e espero acrescentar ou ouvir sugestões do que irei incluir na minha lista pré- mortem. Hummm, agora quero a lista dos filmes, já pensou que delícia? Aproveitar meu recente atoísmo pra ficar vendo filmes e mais filmes? Mas, além do problema de não ter o gene da matemática no meu código genético, o meu gen tecnológico também é deficiente.  Não sei baixar filmes, "esses trem", porque  tudo me faz pensar que vírus maléficos, FBI e tudo mais virão atrás de mim corroer e corromper minha vida tranquila. Ai, saudades da red box do netflix.
Enfim, os 18 livros que você precisa ler antes de morrer:
1. » Do Livro do Desassossego, de Fernando Pessoa
2. » A Divina Comédia, de Dante Alighieri
3. » Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis
4. » Fausto, de Goethe
5. » Madame Bovary, de Gustave Flaubert
6. » Os Sertões, de Euclides da Cunha
7. » O Príncipe, de Maquiavel
8. » As Viagens de Guliver, de Jonathan Swift
9. » Dom Quixote - (Volume I), de Miguel de Cervantes
10. » Dom Quixote - (Volume II), de Miguel de Cervantes
11. » Robinson Crusoé, de Daniel Defoe
12. » Moby Dick, de Herman Melville
13. » O Processo, de Franz Kafka
14. » Crime e Castigo, de Fiódor Dostoiévski
15. » Coração das Trevas, de Joseph Conrad
16. » Hamlet, de William Shakespeare
17. » Os Miseráveis, de Victor Hugo
18. » Orgulho e Preconceito, de Jane Austen

  Tá bom, "Fica a dica" e "Por hoje é só pessoal" , rs.

Saturday, June 30, 2012

Enfim nós


Então, me faço bem vinda novamente, mestre de cerimônias de mim mesma. Admito que um pouco tímida (característica que nego mas que por vezes resvalo em alguma curva de minha personalidade), após esse desaparecimento de quase um ano. Não sei bem por onde re-começar, não tenho ainda uma idéia para esse post, mas há dias faço uma cobrança mental por voltar a escrever e acabo escapando de mim mesma. Sem escândalos, falemos de amenidades. Perdôem me pois já prevejo um post um tanto confuso. Minha cabeça está confusa, tudo dentro de mim ferve. Estou sendo consumida por uma ânsia. De quê? Não sei .Estou sendo consumida pela ansiedade de...por...porquê e para...?  Okey dokey, preciso de um brainstorm, preciso de elementos: resalto que já estou usando o teclado internacional na liguagem correta, ou seja, bem vinda também a pontuação. Haaa, preciso ver a reforma gramatical da língua portuguesa, estou por fora das mudanças. Posso em razão de disfarçar dizer ainda  que sou "old school" e manter isso como uma rebeldia charmosa até na verdade me atualizar.rs. Ano que vem serei uma senhora de 30 anos, preocupante devido ao estágio de organização em que se encontra minha vida. Ponto positivo, devo dizer que cresci sem envelhecer muito. Cresci como pessoa, como mulher, minha fé está mais amadurecida e apesar da ansiedade me sinto empoderada em tantos sentidos...(cabe aqui uma big exclamação no meu balãozinho de pensamento) me orgulho! Tenho questões profissionais a resolver. Quero estudar. Estou com uma vontade imensa de estudar e já ando dando pequeninos passos nesse sentido.  O amor tem me rondado de forma estranha, pregando peças. Desejos, sim, desde os da gula aos da carne. Tenho me deliciado ouvindo as músicas de Erikah Badu, confesso que ainda não pesquisei nada sobre a artista que não conhecia, mas fica a dica para quem quiser provar. Agora falo italiano e não descartei a idéia de dar uma fugidinha para estudar espanhol in loco; estou me viciando em experiências in loco. Pretendo em algum ponto voltar a estudar piano, resgatar uma das tantas possibilidades a mim oferecidas na infância e que eu de besta que era deixei de lado. O aparelho ortodôntico e outra que prefiro nem comentar. Estou sentindo uma falta de bom humor. Geral. Inclusive o meu tem me dado o bolo. Agora tenho insônia. INSOMNIA. Penso que devo aproveitar esse tempo para produzir e talvez isso alimente ainda mais a falta de sono.
       Vou falar, não nesse post sobre minhas experiências no navio, pois preciso antes deslocar isso de uma idéia de rotina que se estabeleceu em minha cabeça. Mas são sim muitas histórias e impressões. Devo adiantar que com o que andei vendo posso dizer : o mundo é lindo! e as pessoas surpreendentes em todos os sentidos imagináveis.
        De volta ao blog de uma maneira diria, minimamente estranha, considero esse post bem mais um desabafo. Um papo de portão. Preciso tirar a poeira, arrumar a casa, apontar os lápis para que possamos voltar a dialogar, enfim...nós.
       Cigarros? não obrigada, não fumo. Café? não, não fumo. Um chocolate, uma ducha fria, uma sessão grátis de análise?  Não. Obrigada. Já falei que não fumo.
        Posso ter uma cadeira confortável e um livro de poesias? preciso de um tempo para organizar minha idéias. Falei que estava confusa. Ah! e por gentileza?  Leve embora esse cinzeiro daqui.